Se anos fossem pessoas
Se conseguíssemos fazer dos anos aquilo que eles não são - pessoas -, eu faria de 2018 um miúdo novo, dos seus vinte e poucos anos, naquela idade de se preocupar com tudo o que não faz andar o mundo, e que fala alto, grita sempre que abre a boca para sermos mais correctos. 2018 não é flor que se cheire, deixem-me já que vos diga. Parece menino bem comportado, mensageiro das boas notícias, mas isso apenas é para o olho desatento. E tantos que há, agora. Tantos que querem que haja, também. O rapaz sai à quinta, sexta e sábado, corre os sítios todos, faz trinta por uma linha, vive tudo o que há para viver. Mas a faculdade nem vê-la. Só cresce para os lados que não deve.
2018, em resumo, é um miudo parvo, embrenhado no seu mundo virtual, com um emprego de circunstância, cujos pais lhe pagam o amor e lhe criam uma realidade alternativa como compensação pela falta de tempo e pela falta de paciência.
Se quiséssemos entrevistar o ano de 2018 seria qualquer coisa deste género:
- Olá, 2018.
- FECHADO POR MOTIVO DE GREVE.
Até para o ano.