Os novos amanheceres
Enquanto vamos e não vamos, a gente acaba por ir e não ir.
São passadas largas as que damos, com estes nossos pequenos pés e estas nossas pequenas coisas.
Andamos enquanto adiamos o que podiamos ter feito ontem, tropeçando em tudo o que nos aparece, caindo as vezes que tenhamos que cair, mas sabendo que estamos seguros pela nossa própria cabeça.
Há novos acordares, claro, e há novas palavras, cheias de não ter significado nenhum, cheias de um tremendo vazio.
Dão-nos um murro para dentro dos olhos, entregam-nos um mundo novo dentro daquele outro que conhecemos, que sempre olhámos mas que nunca vimos, à espera de o ler e de o fazer.
Nada será como dantes, porque nunca o é, e a existência impossivel de ambos faz o mundo andar para a frente, sem saber como parar.
E quando assim é.