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Vilipêndio

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01 de Outubro, 2017

Catalunha, Isaltino e tanto mais

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O domingo que passou não foi um domingo qualquer. 

Começando nas nossas lusas terras, ontem foi dia de ouvir os portugueses, que é como quem diz pouco mais de metade dos portugueses, porque a voz só se ouve na ponta de uma caneta e a caneta não está assim tão perto. A abstinência é, no final de todas as contas e descontas, a grande vencedora, como quase sempre é. Passando ao lado da esperada queda do PSD e a mais que provável tradução nacional que terá no partido, consequência de uma política sem política, aceitando e esperando para ver que faz Medina com a sua maioria e Rui Moreira com o seu Porto, é importante notar o regresso de Isaltino Morais. A comédia e a tragédia são duas irmãs anciãs, velhas de conviver, e fazem-nos tanta falta como o ar que respiramos. Isaltino é a piada que vive dentro de uma piada bem maior que, no final de contas, piada não tem nenhuma.

Mas não foi só por cá que as canetas, as cruzes e as incertezas foram tema maior. Na Catalunha houve tudo isto elevado a uma dose de violência que só pode envergonhar tanto catalães como espanhóis, como quase toda a gente. A possibilidade e a liberdade de ouvir uma população em relação a determinado assunto é suposto ser um dos alicerces desta democracia, que é espanhola e portuguesa, italiana e americana. Esta democracia quiçá errada, quiçá imutável. Madrid não deixou a voz da população catalã ouvir-se, colou as canetas à mesa, silenciou as cruzes e a história está cheia de provas de como isso costuma acabar. O resultado viu-se ontem. Não se sabe bem o futuro da questão, mas sabe-se o que fica do passado, do domingo passado: a imagem de uma Espanha frágil, silenciadora, antidemocrática.

Entretanto, pelo que dizem, houve até futebol do bom ontem. Empates que deixam tudo na mesma, como se de eleições se tratassem. Mas estes empates deram mais tarde, como deve ser em dias de eleições, não vá a gente esquecer-se de ir votar.

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