Bruxelas
A manhã.
- o início que nunca devia ser o fim
Quando o sol bate mas bate sem doer,
E nos lembra que tudo sempre recomeça,
Quando a página se vira à espera de novas palavras,
De uma nova história.
O momento de nos sentirmos novos,
de abrirmos bem alto os olhos,
e vermos que está tudo no mesmo sitio
e que apenas andámos um dia para a frente.
A manhã é a hora do dia em que o dia ainda não existe,
e que por não existir, só imaginado.
Ela enche-se de expectativa e futuro por ser a porta de um abrir que sempre vem.
De manhã tudo devia ser o leve acordar de um dia
e nada mais que isso.
O que se viveu em Bruxelas, e que faz parte do quotidiano de um certo mundo por nós ignorado, é o mais desumano de qualquer humano. É absurdamente aleatório. É também, ao que parece, terrivelmente eficaz.