ICONOCLASTA II
Luaty deixou de ser noticia.
Como qualquer onda de um qualquer mar esquecido, que vem e depois vai, Luaty veio e depois foi. Deixou de lutar uma luta de todos e passou à batalha sem voz, sem uma gente por detrás dele. Aparentemente, só enquanto um individuo quase morre de fome numa cama de hospital é que os seus intentos fazem sentido de serem encarados.
É uma tremenda chapada nas ventas perceber que Angola, um país que nos habituámos a menosprezar, toma controlo em áreas de uma importância muito significativa, como são a economia, a justiça e a comunicação social. Ao eco de Luaty respondeu, do outro lado, um país que não serve para muito. Não serve de muito aos que ainda por cá se aguentam, tal como de pouco serve aos que pelo planeta vagueiam. Não dá a entender que façamos andar o mundo para a frente, nem para trás, nem para qualquer lado que seja.
Angola precisa da democracia.
Portugal precisa de uma identidade.