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Vilipêndio

Vilipêndio

21 de Abril, 2024

10 anos deste blog

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Não foi por contagem contínua mas sim por mero acidente que me realizei a passagem desse tão específico tempo. É verdade: uma década passou desde o primeiro post que fiz neste blog.

Começo a ensaiar estas linhas enquanto estou sozinho no outro lado do Mundo, mais especificamente no Vietname (os detalhes dessa viagem ficarão para um próximo texto) e não podia sentir um maior encontro com o tempo.

Foi há dez anos que decidi fazer deste espaço um lugar de repouso para as ideias que germinam de uma cabeça pensante, um espaço onde iria pôr em texto o que muitas vezes desconhecia. 

Gostaria de ter escrito mais textos, foram 213 mas podiam ter sido muitos mais, nem sempre a motivação ganha a guerra com a procrastinação. O perfeccionismo faz também das suas e muitas vezes não escrevo porque, quando o faço, tem de ser dentro das regras de execução que eu próprio crio para mim. E se há coisa que devia ter aprendido neste espaço, em todos os blogs que aqui existem, é que isso é errado. Um blog serve para escrever todos os textos, perfeitos e não perfeitos, complexos e simples, de 30 parágrafos ou uma linha apenas.

Ainda assim, orgulho-me de ter escrito sobre vários assuntos, dos mais sérios aos menos importantes. Deixei neste espaço textos que me dizem muito e espelhei sentimentos, anseios e medos que me definem em boa medida. Aconteceram coisas, aconteceu a vida e estes textos foram sendo escritos como um qualquer escape de uma amálgama de assuntos que compõem o tecido deste cérebro que carrego.

Este espaço já é, portanto, parte de mim. E só posso agradecer ao SAPO e a toda a equipa dos Blogs o fantástico trabalho que fazem aqui, dia após dia. Num mundo cada vez mais instantâneo, de tiktoks e vídeos de 30 segundos, é de louvar a manutenção de um espaço como este, simples mas magicamente simples.

Continuemos a escrever, a ler e a tentar explicar o mundo que há la fora e o outro, que vive dentro de nós.

 

Deixo aqui alguns dos textos que mais me marcam ao longo destes dez anos.

ICONOCLASTA Janeiro 2016

A lição do Dr Sacks Setembro 2016

Para ti mana Setembro 2016

Com os pés colados Janeiro 2017

O horror é real demais Agosto 2017

Quando a noite é um sítio frio Fevereiro 2018

O dia de quem a tem Maio 2018

Tanto barulho, gente Outubro 2018

A prostituição da informação Setembro 2019

A vida é pequena Fevereiro 2020

Adormecimentos Setembro 2020

Esta farsa justiça Abril 2021

O apelo do autoritarismo Junho 2021

As grandes realizações da pandemia Setembro 2021

A minha cabeça Julho 2021

Estamos cegos de um olho Abril 2022

Abençoado silêncio Julho 2022

Sabíamos que ia acontecer Janeiro 2023

A normalização da tragédia Junho 2023