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Vilipêndio

Vilipêndio

24 de Março, 2022

Como é bom ser tio

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Tanta coisa aconteceu desde o meu último texto que é dificil resumir tudo.

Desde que escrevi aqui pela última vez, em Janeiro, tivemos, entre outras coisas, eleições legislativas com maioria socialista e a invasão de um país na Europa. Tanta coisa mudou nestes três meses que nos deixa a pensar que futuro nos espera mais à frente.

Contudo, e perdoem-me o egoísmo, nenhum destes eventos é mais importante do que o nascimento do meu sobrinho. O Diogo.

A minha irmã, a que me fez escrever este texto que é aquele que mais visualizações tem neste meu espaço no SAPO, deu-me o maior presente que podia dar. Deu-me uma felicidade como poucas. 

O Diogo nasceu e traz com ele uma luz nova. Traz, acima de tudo, vida e esperança. Num mundo que nos teima em mostrar as suas cores escuras, em que ao ligarmos a nossa televisão a probabilidade é vermos uma desgraça a seguir à outra, má notícia a seguir à outra, esta felicidade que hoje sinto na pele não tem explicação. A força que um novo ser nos impõe é arrebatadora. Se não queremos ou não podemos lutar por um mundo melhor hoje, é nossa obrigação lutar por um mundo melhor para quem chega agora a este planeta e para quem nele viverá daqui a 80 ou 100 anos.

O Diogo e todos os que ainda vivem entre colos e fraldas e choros e birras merecem que lutemos por eles.

 

Perdemos a nossa mãe para um maldito cancro em 2016 e desde aí a vida ganhou novos contornos. A procura por um sentido nem sempre é facil, a procura por uma razão enquanto se aguenta uma dor que não tem explicação é uma verdadeira epopeia. Dias mais difíceis que outros, momentos mais angustiantes que outros, o que é certo é que temos de continuar e é isso que nós, humanos, sabemos fazer melhor. Temos que continuar e lutar porque o futuro espera por nós.

Essa razão para continuar tem agora, para nós, finalmente um nome: chama-se Diogo, pesa pouco mais de 3kg e é a coisa mais linda do mundo.

Não há Putins nem más noticias suficientes que me tirem esta felicidade e que me tirem a esperança. 

Obrigado mana, por seres uma força maior que todas, por seres um exemplo, por seres o meu maior orgulho. 

És os motivos todos, és a metade sem a qual eu não seria nada.

 

PS - O Diogo tem também o melhor pai que podia ter. A ele muito devo e agradeço.