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Vilipêndio

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04 de Janeiro, 2022

Entre o debate e o deboche

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Na noite de domingo, Portugal escolheu Bruno de Carvalho e Jardel em detrimento de António Costa, Catarina Martins e André Ventura. 

Novo ano, tudo igual, como nós bem sabemos que acontece.

Há muito tempo que Portugal pôs a política em segundo plano e, portanto, isso não pode surpreender ninguém.

A política é - mais do que tudo - tremendamente aborrecida.

É certo e sabido que juntar Bruno de Carvalho e Cristina Ferreira tem ingredientes para ter muito mais piada que discutir se acabamos ou não com o RSI ou se a corrupção é ou não assunto importante.

O que queremos, no final de um domingo, com a segunda-feira já à espreita, é animação, ligeireza. Mas não deixa de ser significativa a diferença nas audiências de ambos os programas - 2 milhões para 200-600 mil.

O próprio formato dos debates é totalmente questionável. Temos 25 minutos de debate entre líderes políticos seguidos de quatro horas de comentários de especialistas e comentadores de comentadores. Isso não é respeitar nem a democracia nem os eleitores nem os líderes políticos. Isso não é nada mais que barulho desnecessário.

Quem mais isto devia preocupar, os políticos, parecem ser os menos interessados em falar sobre a abstenção e esta crescente descredibilização e desinteresse do sistema política. É um problema que afecta as gerações mais novas, embora não sejam essas também as que mais preocupações mostram com o rumo político do país. 

Os jovens, na sua maioria, continua a preferir ver um BBFamosos a um debate entre políticos. Quiçá têm razão, quem sou eu para dizer que não?

O país merece mais e a nossa democracia também. Não estamos a fazer tudo pela sua evolução e maturidade. 

Estamos a tratá-la mal e isso pode pagar-se caro.