Podemos ser felizes se conhecermos o mundo melhor que os outros?
Desde tenra idade, Aaroz Swartz nunca foi um miúdo normal. A sua inteligência evidenciava-se na forma como aprendia e adquiria novos conhecimentos, sempre a um ritmo mais elevado que os restantes da mesma idade. Era especial, de alguma forma. Felizmente (ou infelizmente), Aaron cresceu embrulhado no nascimento de uma nova vida digital e de tudo o que vinha agarrado ao comboio ultrassónico chamado internet. Por ser intensamente exigente consigo mesmo, ele fazia questão de estar sempre na frente desse comboio.
Estando envolvido na concepção e criação da Wikipedia e do Reedit, dedicou-se ao activismo depois de se encarar com a falta de liberdade no acesso a informação, científica e não científica, por todas as pessoas, de qualquer idade, raça, género ou poder económico. E fez dessa a sua luta.
Este documentário reflecte na curta vida de um dos activistas mais importantes da sua geração e que soube acompanhar como ninguém o progresso tecnológico e científico, não só de um ponto de vista social mas também político. Infelizmente para ele, estava bem mais à frente que a maioria. A sua inteligência era, quiçá, a mais.
Por possível ou não que seja alguém ser inteligente em demasia, é tremendamente fácil de imaginar que sim. Nós, pessoas apenas razoavelmente inteligentes, passamos por coisas no dia-a-dia que, apesar de sabermos estarem erradas, ignoramos por temos outras coisas, obviamente menos importantes e cruciais para o avançar da humanidade, mas que por qualquer motivo nos prendem maior atenção. Aaron Swartz faz parte do grupo de pessoas que não consegue ignorar essas questões, e que tudo faz para as tirar do caminho que levam. Consomem-se por isso, porque como é possivel respirar livremente sabendo ao pormenor as mais perversas realidades que o mundo nos consegue oferecer?
Contudo, outros problemas surgem em vários aspectos da vida de quem se dedica a ser ligeiramente mais inteligente que os demais, e esses prolemas são maioritariamente sociais e comportamentais. O isolamento em que Aaron cai é dolorosamente expectável e só não foi resolvido a tempo porque a luta de um homem só nunca será suficiente.