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Vilipêndio

Vilipêndio

23 de Agosto, 2016

Rio 2016

vilipêndio

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Agora só mesmo daqui a quatro anos.

Acabaram os Jogos do Rio, e agora o que vai ser da RTP na minha vida? Estes foram, com a precisão devida, os Jogos do Brasil, no seu muito confuso todo. E é justo dizer que correram bem melhor do que se augurava, apesar das piscinas com cores pouco olímpicas, do público cheio de sangue carioca, dos assaltos feitos, falhados e inventados.

De todos, o destaque tem que ir para Usain Bolt inevitavelmente. É um fenómeno, é um atleta inesquecível, é uma autêntica lenda com um coração a bater. Que nunca se transforme numa tremenda desilusão, é aquilo que o mundo lhe pede. Que nunca deixe de ser a prova que podemos ser sempre mais. 

No que a Portugal diz respeito, não tivemos a prestação de Jogos anteriores mas é de louvar muitos dos lugares obtidos pelos nossos atletas. Já muito se escreveu e sublinho bem sublinhado as críticas feitas à forma como a prestação de alguns dos atletas foram encaradas por cá. É vergonhosa a forma como se ignora tudo o que não é futebol durante quatros anos e depois se exige resultados. 

Não esquecerei tão cedo a medalha de Lata oferecida pelo jornal Record a Rui Bragança, tal como o Rui não esquecerá. Não esquecerei que existem dezenas de programas em canais informativos com o intuito de discutir se aquele penalti assinalado contra o Benfica foi ou não dentro da área.

É por isso que somos tão pequenos, não de tamanho, mas de horizontes.

Queremos ser grandes quando, na verdade, nem nos sabemos medir. 

 

02 de Agosto, 2016

Trump é mesmo verdade?

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Ilustração "Hilarious Trash"  | Christophe Marques | 2016 | behance.net/christophem 

O ano era 2008. No fim de uma década marcada pelos atentados em Nova Iorque, chegava, finalmente, a esperança. Um jovem negro, de origem queniana, aterrava na Casa Branca. Tudo era novo e a sua cara era, por aqueles dias, a fotografia perfeita do avanço do mundo ocidental rumo à igualdade. É fácil chamar a Obama o muro de Berlim desta geração. Cumpriu o sonho de uma enorme percentagem da população americana, ignorada e humilhada durante séculos, e que via agora uma nova vida pela frente e conseguiu trazer uma pequena bandeira branca para um país constantemente em conflito com o mundo e que se auto-intitula como o maior e melhor. 

Hoje, neste 2016, a realidade manda-nos de volta à casa de partida e o que vemos é um muro que não só está por ruir como corre o risco de crescer. Como foi possivel chegarmos aqui? O terrorismo justifica tudo, ou estará algo mais a acontecer?

É dificil acreditar que Donald Trump seja mesmo candidato a presidente dos EUA e que isto não é um filme de Hollywood de domingo à tarde. Isto está mesmo a acontecer e, num país onde é legalmente permitido passear por algumas universidades com um livro numa mão e uma AK-47 noutra, tudo isto é bastante preocupante. Trump é um enorme balde de água fria em cima de quem apenas quer continuar a andar para a frente. 

Se de um lado vemos um lunático narcisista e milionário, do outro vemos uma mulher que utiliza esse mesmo género como principal arma, a qual junta à maior arma que é o nome Clinton. Hillary, a provável vencedora, tem vindo a assumir o rosto da proliferação sistémica do corporativismo, embarcando por métodos pouco claros e que se faz subir a qualquer custo.

Trump e Hillary. Assim vamos. Duas individualides cujas visões políticas assemelham-se às de uma colher de pau mas que no meio da loucura souberam ser os menos loucos. Ambos são um retrocesso estrondoso a todos os níveis, mas o que mais preocupa é a falta de visão.

Nada trazem porque nada são.